quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Irreverência Mata !

Irreverência Mata !


Aqueles que um dia experimentaram o novo nascimento, pela água e pelo Espírito Santo, podem se lembrar com prazer da chama viva do amor de Deus.

Ao anjo da igreja em Éfeso escreve: Estas coisas diz aquele que conserva na mão direita as sete estrelas e que anda no meio dos sete candeeiros de ouro: Conheço as tuas obras, tanto o teu labor como a tua perseverança, e que não podes suportar homens maus, e que puseste à prova os que a si mesmos se declaram apóstolos e não são, e os achaste mentirosos; e tens perseverança, e suportaste provas por causa do meu nome, e não te deixaste esmorecer.
Tenho, porém, contra ti que abandonaste o teu primeiro amor. Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te e volta à prática das primeiras obras; e, se não, venho a ti e moverei do seu lugar o teu candeeiro, caso não te arrependas.
Tens, contudo, a teu favor que odeias as obras dos nicolaítas, as quais eu também odeio. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao vencedor, dar-lhe--ei que se alimente da árvore da vida que se encontra no paraíso de Deus." Apocalipse 2.1-7
A cidade de Éfeso, durante o governo de César Augusto, tornou-se a capital da província romana denominada Ásia, que hoje é a parte ocidental da Turquia. Até então, Pérgamo era a capital.
Era uma metrópole que tinha aproximadamente meio milhão de habitantes, e um destacado centro mercantil. Era também o centro do culto à Diana, conforme descrito em Atos 19.
Éfeso tinha uma grande comunidade judaica, a qual o apóstolo Paulo conheceu na sua segunda viagem missionária (Atos 18.19-21). Apolo também pregou lá (Atos 18.24-28). Mais tarde, Éfeso foi residência de Paulo por três anos (Atos 20.31).
A História registra que a igreja de Éfeso era considerada a mãe das igrejas da Ásia, e que o apóstolo Paulo realizou ali a sua obra de maior sucesso (54-57 d.C.).
A tradição diz também que Timóteo teria passado lá a maior parte do seu tempo, e que em seguida veio o apóstolo João, que teria supervisionado as igrejas da Ásia após a morte de Paulo.
A igreja em Éfeso possui oito características:
1) Obras;
2) Labor;
3) Perseverança;
4) Não suportava homens maus;
5) Pôs à prova os que se declaravam apóstolos, e não eram, e foram achados em mentira;
6) Suportou provas por causa do nome do Senhor Jesus, e não esmoreceu;
7) Abandonou o seu primeiro amor;
8) Ódio quanto às obras dos nicolaítas;
A carta assim começa: "Ao anjo da igreja em Éfeso escreve..." (Apocalipse 2.1). Não nos parece haver dúvida de que este anjo a quem o Senhor Jesus endereça a carta seja a figura do dirigente da igreja, pois cada dirigente representa a igreja que dirige.
Um fato que muito reforça esta ideia está na própria história do povo de Israel. Quando Moisés liderava o povo pelo deserto, rumo à Terra Prometida, Balaão incitou as mulheres moabitas a armarem uma cilada contra os filhos de Israel.
Caindo na cilada, os hebreus provocaram a ira de Deus. Por causa disso, o Senhor mandou que somente os cabeças do povo de Israel fossem enforcados ao ar livre (Números 25.4).
Isso mostra que os líderes do povo de Deus têm responsabilidade diante d’Ele pelo povo que lideram, ou seja, eles têm grande responsabilidade por cada ovelha que faz parte do Seu aprisco.
Eles são os representantes do Senhor Jesus diante da congregação que cuidam, pois para isto foram chamados e ungidos. E a congregação, por sua vez, também representa Deus para eles!
O carinho que o pastor tem para com as ovelhas é o mesmo que os líderes do povo de Deus têm para com o seu Senhor. E o carinho que o povo tem para com o seu pastor também o tem para com Deus.
Não podemos nos esquecer de que entre as ovelhas está a própria família do pastor, isto é, a sua esposa e os seus filhos. A sua esposa precisa ser a sua primeira ovelha; os seus filhos a segunda, e a igreja a terceira.
Isso não significa dizer que a sua mulher deve ser a primeira a ser servida, e, em seguida, os filhos, não! Mas sim que deve ser a primeira a ser cuidada, a fim de que ele tenha uma auxiliadora habilitada para tratar dele mesmo, dos filhos e da casa. A partir daí, então, ele estará em condições para dar tudo de si em favor da igreja.
A família do pastor é a prova mais evidente de que ele é um homem de Deus ou não. A Bíblia afirma que o servo de Deus precisa saber governar bem a própria casa, criando os filhos sob disciplina e com todo o respeito (1 Timóteo 3.4,5).
Se alguém não sabe governar a própria casa, como cuidará da Casa de Deus? A própria família, especialmente o casamento, é a razão pela qual muitos ministros do Evangelho têm sido fracassados nos seus respectivos ministérios.
Muitos deles têm a vida correta diante da igreja, pois não roubam, não adulteram, não mentem, não fazem nada de errado. O coração deles, porém, não tem sido totalmente leal ao Senhor.
É o caso do anjo da igreja de Éfeso! Tinha obras, labor e perseverança; não suportava homens maus; tinha colocado à prova os falsos apóstolos e os tinha achado em mentira.
Tinha suportado provas, por amor ao nome do Senhor Jesus, e não se tinha deixado esmorecer. Finalmente, tinha odiado as obras dos nicolaítas, as quais o Senhor também odiava.
Ele, no entanto, abandonou o primeiro amor! E justamente isto tem ocorrido na vida de muitos homens de Deus. Eles têm apenas suportado a vida conjugal. A frieza no relacionamento com a esposa tem refletido no seu trabalho ministerial, e também na comunhão com Deus.
Se eles não têm sido sacerdotes nem dentro da sua própria casa, quanto mais dentro da Casa de Deus! E isso muito tem colaborado para que o trabalho espiritual seja feito mais na base da força do próprio braço do que no poder do Espírito Santo.
O amor que havia para com a sua mulher durante a lua de mel deveria aumentar cada vez mais. Ao invés disso, com o tempo foi se esfriando, a ponto do casal ter que aturar um ao outro. E, como consequência, também o amor em relação ao Senhor Jesus!
Por quê? O apóstolo João diz: “Se alguém disser: Amo a Deus, e odiar a seu irmão, é mentiroso; pois aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê” (1 João 4.20). Ora, se isto vale para irmãos, imagine para marido e mulher!
Na carta endereçada ao anjo da igreja de Éfeso, o Senhor Jesus o censura quanto ao abandono do primeiro amor, ou seja, o desprezo àquele amor que inicialmente havia para com Ele.
Aqueles que um dia passaram por esta experiência do primeiro amor sabem muito bem o que significa. No primeiro amor tudo é novidade, lindo e maravilhoso! Não há defeitos, censuras ou críticas. Tudo é perfeito.
Com o tempo, porém, vêm as descobertas ingratas. E começam a surgir os defeitos, as críticas, as cobranças, os desvios de conduta. O jeito, então, é se arrepender voltar ao primeiro amor e praticar as primeiras obras, alimentando esse amor como ao próprio corpo, porque dele vai depender a fé salvadora.
Aqueles que um dia experimentaram o novo nascimento, pela água e pelo Espírito Santo, podem se lembrar com prazer da chama viva do amor de Deus dentro dos seus corações, extravasando-se por todo o seu ser, estendendo-se por onde quer que passe.
Havia um esforço sobrenatural no sentido de querer fazer os outros experimentarem o mesmo gozo no Espírito Santo. As ofertas missionárias eram as melhores, e dadas com muito mais alegria.
Os dízimos refletiam fidelidade, e não obrigação. Havia compreensão com os fracos na fé e o perdão transbordava, por causa do imenso amor. O Senhor Jesus era o primeiro em tudo.
Não havia tempo para a poeira se acumular sobre a Bíblia; esta, pelo contrário, era surrada, devido ao manuseio constante. E em todo o tempo havia comunhão com Deus, através da oração. Na verdade, no primeiro amor todo o trabalho era feito no poder do Espírito de Deus.
O responsável pela igreja de Éfeso retrata o caráter de muitas igrejas e pessoas cristãs, que pensam que pelo fato de fazerem alguma coisa para o Senhor Jesus como evangelizar, pregar, orar e visitar os aflitos em geral está aumentando o seu crédito para com Ele.
Fazer a Obra de Deus não é tão importante quanto ser. Na Sua mensagem à primeira igreja, o Senhor Jesus deixa isso muito claro: naquela igreja havia obras, mas lhe faltava o primeiro amor.
Havia dons, mas faltavam os frutos. O primeiro amor havia sido desprezado. Muitos cristãos têm vivido assim, infelizmente. Estão preocupados em mostrar serviço, e não o caráter do Senhor Jesus.
A igreja de Éfeso manifestava um trabalho quantitativo, e não qualitativo. A quantidade de serviço apresentada pelo seu responsável não tinha qualidade, porque lhe faltava o primeiro amor.
Por mais intensas que sejam as tarefas na igreja, "... se não tiver amor, nada serei." (1 Coríntios 13.2). E o Senhor Jesus foi bastante claro: "Tenho, porém, contra ti que abandonaste o teu primeiro amor" (Apocalipse 2.4).
Os inúmeros compromissos que o pastor ou o membro da igreja vai assumindo, dentro ou fora do templo, acaba prejudicando o seu relacionamento pessoal com o Senhor Jesus.
Quanto maior e mais complexa for a atividade administrativa, ainda que seja da própria vida, menor será o tempo de comunhão íntima com o Senhor Jesus. Não será isso o abandono do primeiro amor? É claro que não podemos nos eximir de certas atividades seculares; porém não precisamos nos comprometer com elas, necessariamente. O Espírito Santo está aí para nos orientar em como devemos separar um tempo para Ele.
Quanto tempo diário há de dedicação à leitura da Palavra de Deus, e à comunhão com o Senhor Jesus, através da nossa oração e do nosso louvor, hoje? E quanto tempo havia quando aconteceu a nossa conversão? Qual o motivo deste distanciamento entre o que você era e o que é hoje?